Olá! Meu nome é Fernanda, tenho 21 anos, sou carioca e estudante de Ciências Sociais. Aceitei o convite da Thai e da Jack para ser colaboradora do Trashy Help escrevendo sobre Metal, estilo musical que sou fã e acompanho há mais de 10 anos.
No primeiro post da seção, vou começar comentando um estilo que não costuma encontrar meio termo no público de metal, ou se ama ou se odeia: Prog Metal ou Metal Progressivo. Chato para uns, o fato é que as bandas do estilo estão sempre buscando aproveitar ao máximo as possibilidades da música. Talvez o principal expoente do gênero seja a banda Dream Theater, com mais de 20 anos de estrada e conhecida pelo virtuosismo dos músicos (o post não é sobre o DT, mas eu não podia falar de Prog Metal sem falar deles!). O estilo é apreciado por um público em geral muito exigente e que apesar de ser um dos dois mais fiéis às bandas é também um dos mais críticos em relação ao trabalho delas.
Ontem (23/02/2011) foi confirmada a turnê brasileira de uma das principais bandas do estilo e da qual falaremos agora. O Pain of Salvation fará shows no Rio de Janeiro (04/06), São Paulo (05/06) e Porto Alegre (07/06), datas confirmadas até o momento. Embora não tenha um público tão extenso, essa é a segunda vez que a banda vem ao Brasil e certamente desde sua passagem em 2005 ganhou maior visibilidade e mais admiradores.
A banda sueca sofreu algumas alterações na formação desde sua origem, em 1991 (na verdade a banda existe desde 1984, mas tinha outro nome). Atualmente o Pain of Salvation é formado pelo vocalista e guitarrista Daniel Gildenlöw, líder e principal compositor, o baterista Léo Margarit, o tecladista Fredrik Hermansson e o guitarrista Johan Hallgren. Durante a turnê, contam ainda com o baixista Per Schelander.
O primeiro álbum, “Entropia”, foi gravado em 1997 e pode ser considerado um dos clássicos da banda. Os sucessores “One Hour by the Concrete Lake” e “The perfect element – Part I” foram bem recebidos pela crítica e confirmavam o crescente sucesso da banda. Em 2002, com o lançamento do quarto álbum “Remedy Lane”, a banda foi convidada a fazer uma turnê junto com o Dream Theater. Com o álbum seguinte, “Be”, de 2004, o Pain of Salvation iniciou uma turnê mundial, que os trouxe para o Brasil pela primeira vez. Lançados depois da passagem pelo país, “Scarsick” de 2007 e o álbum mais recente “Road Salt (one)” serão aguardados no setlist de junho. A banda planeja o lançamento da segunda parte de “Road Salt” ainda este ano.
Algumas mudanças ocorridas na sonoridade da banda dividem o público, agradando a uns e desagradando a outros. Daniel Gildenlöw, a principal mente por trás das composições do PoS, é uma espécie de “gênio excêntrico”. A sonoridade da banda se confunde com sua personalidade. O álbum “Be” pode ser tido como a principal tentativa de uma mudança que rompesse com o padrão Prog Metal, ao qual a banda era associada, ampliando seu alcance musical. Talvez Daniel não quisesse ficar restrito a um público de Prog Metal, o que resultou em trabalhos mais diversificados com elementos de outros estilos, como o Blues e o Hard Rock. Difícil fazer uma análise imparcial, mais ainda de forma técnica, já que não sou musicista. O que é possível dizer é que “Be” é o álbum onde esta intenção de inovação pode ser mais bem percebida.
Acredito que “Road Salt” é a conjugação das diferentes formas do Pain of Salvation. É progressivo, mas difícil de encaixar no mero rótulo de “Prog Metal”. Há quem não considere mais a banda como um exemplar do estilo, embora o rótulo permaneça e dificilmente vá deixar a banda. O metal progressivo está presente em sua trajetória e pode ser uma referência que facilite a aproximação com o trabalho da banda para aqueles que não a conhecem. Contudo, não devem se deter a isso. O Pain of Salvation é uma das bandas mais complicadas de se interpretar.
Talvez o tom progressivo e o melancólico sejam duas características que sempre estiveram presentes na banda e marcam sua identidade. Entretanto, é a constante renovação que faz do Pain of Salvation uma banda interessante e que sempre provoca grande expectativa a respeito do que vem pela frente. Esta busca por romper fronteiras faz a música da banda ser sempre difícil de definir e classificar. A cada audição, a opinião sobre o que se está ouvindo pode mudar. Para aqueles que se interessarem em conhecer a banda, não devem esperar algo óbvio é fácil de compreender.
Como descrever música é sempre complicado, seguem alguns links de vídeos da banda para tirarem suas próprias conclusões:
Você pode conferir mais sobre o trabalho do Pain of Salvation, se preferir:
Saudações,
Fernanda Rougemont
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